segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ENTREVISTA

“Drogas: minha vida , meu tudo...”

L.F., 24 anos, afirma que não consegue viver mais sem as drogas.



Por Andréa Vanessa Barros de Melo


Em um lugar não tão longe da minha casa, há um rapaz chamado L.F, ele é um dependente químico há mais ou menos uns 11 anos e ele conta um pouco da sua história de vida após o uso das drogas.


Como foi que você conheceu as drogas?

Quando tinha 13 anos, eu e minha mãe fomos morar no Rio de Janeiro, e foi lá que eu conheci as drogas, morávamos em uma favela. “Meu”, lá eu via muita gente usando maconha, crack , cocaína , etc.


Quem foi que te ofereceu as drogas?

Foi um conhecido meu lá do Rio de Janeiro, eu estava vindo da escola quando ele me chamou e me ofereceu a maconha, mas eu não aceitei.


E por que você não aceitou?

Porque eu não sabia se eu realmente queria isso pra mim, mas isso foi da primeira vez.


Por que você diz “primeira vez”?

(risos) Porque na segunda vez eu aceitei, utilizo as drogas até hoje.


Você já ficou um tempo sem usar drogas?

Nada! Meu vício não tem controle, o máximo que eu fico sem usar drogas é um dia ou dois. Talvez se eu passar uma semana enlouqueça, mas eu sei que meu organismo não reage bem a tanta química.


Onde você consegue a droga?

(risos) Por aí, a gente dá um jeito, o problema não é esse, se fosse não conseguíamos.


Qual a sensação que causa?

Me dá uma vontade de rir, correr , pular, dançar. Eu fico muito louco , apesar de depois vir aquela dor de cabeça!!!


Você usa mais de um tipo de droga?

Sim, e não escondo isso pra ninguém , eu até dei nome pra elas: maconha (minha parceira) , cocaína (vontade de viver) e crack (meu xodó). Ah! Sem falar no álcool.


Sua família sabe de tudo isso?

Sim, minha mãe sabia quando faleceu, meu pai eu não sei nada sobre ele. Não tenho irmãos, hoje eu sou só, moro sozinho, sou livre!


Afinal, para você o que é droga?

Na minha vida tudo, no entanto não é porque ela é isso pra mim que eu vou recomendar. Tenho 24 anos, sou um viciado, sei que a droga faz parte de mim, mas não recomendo. Ela estraga a vida de qualquer um, que pena! Mas pra mim isto já é tarde demais.


Observação:

O entrevistado não quis se identificar, portanto abreviei o nome dele colocando apenas as iniciais de seu nome, batizando-o de L.F. Para mim ele afirmou que é uma questão de privacidade.

ENTREVISTA

Exemplo de Aluno


Por Romário leão


Ex-estudante da escola Francisca M. da Rocha de Lagoa Seca, Rodrigo Leão é formado em Letras pela UEPB e mestre formado pela UFPB, sendo que na sua graduação ele obteve o melhor coeficiente do CEDUC 2008.2. Em sua casa, ele conversou comigo sobre essa jornada de estudos.


Você já foi reprovado alguma vez quando estudava nas escolas?

Sim, segunda série e segundo ano do ensino médio.


Essas reprovações de alguma impulsionaram sua vontade ou gosto pelos estudos?

No segundo ano, a reprovação foi decisiva. Só então comecei a perceber a grande importância do estudo.


Qual a maior dificuldade encontrada por você desde que entrou na universidade?

Falta de motivação por algumas disciplinas ou conteúdo.


Como você superou isso?

Eu evitei fugir e encarei de frente o problema, só então pude superá-lo.


Qual o seu principal objetivo de vida?

Ter meu trabalho reconhecido e ser valorizado por ele.


Estudar em uma escola privada ou força de vontade, o que é mais decisivo ao seu ver?

Força de vontade é fundamental, entretanto seja a escola pública ou privada, se o conjunto da instituição oferece suporte adequado, maiores chances.


Muitas pessoas têm uma técnica especial de estudo pela qual aprendem mais facilmente, você tem alguma?

Ler realizando anotações a respeito do que estou pensando na hora sempre ajuda.


Qual conselho você deixa para os jovens dessa nova geração?

Estudar tem cada vez mais se tornado fundamental e a única maneira de crescer socialmente. Portanto, seja qual for o objetivo, é um dos planos mais importantes.

ENTREVISTA

O importante não é ser famoso e sim a dedicação ao sucesso

Joalison, Marcos e Helânia: Forrozão Muleke Turbinado, a pegada quente do forró.


Por Euzerlânia Nascimento dos Reis


No povoado do Alvinho, há um grupo de jovens formado por três componentes que decidiram montar uma banda há dois anos, e a batizaram de Forrozão Muleke Turbinado. Eles já gravaram dois CDs e pretendem gravar um DVD e, se Deus permitir, ser uma banda de muito sucesso.


Qual o nome completo? Data de nascimento? E qual é o signo de vocês?

Joalisson nunes F. Silva / 20-04-1992, Áries

Marcos Antônio S. Diniz / 09-11-1994, Escorpião

Helânia P. da Silva / 10-11-1994, Escorpião


Fale-me um pouco da vocação de vocês.

Nossa vocação é sempre dar o melhor para que o Forrozão sempre cresça e que tudo dê certo daqui para frente.


Quem decidiu montar a banda?

Eu, Joalisson.


Quais foram os primeiros passos para iniciar a banda?

O primeiro passo foi um teclado que eu tinha e daí reunimos e formamos um grupo chamado J. Show. Isso foi o primeiro passo do Forrozão, logo depois de um tempo formamos “O forrozão Muleke Turbinado”.


Quando tudo começou? Qual foi o apoio que tiveram?

Tudo começou bem quando nos tivemos o apoio do meu pai e um grande e forte apoio de Jose Motos.


Vocês já gravaram CDs? Quantos? Pretendem gravar DVDs?

Sim, dois CDS. Claro que sim , seria uma boa para nossas carreira.


O porquê de Muleke Turbinado? De onde veio essa idéia?

O porquê desse nome foi quando estávamos reunidos conversando e do nada veio a idéia desse nome. E daí se deu o nome de Muleke Turbinado, a idéia veio de nós três.


Vocês mesmos que compõem as músicas?

Não. Nem todas que cantamos não são de nossa autoria, só duas “Sai pra lá” e a “Festa”.


Quantos shows já foram feitos?

Quinze shows.


Vocês (toda a banda) são todos unidos, ou de vez em quando tem aquelas fofoquinhas?

Às vezes há umas briguinhas, que é normal em toda banda.


O que tocou vocês durante todos esses shows?

O que tocou foi a felicidade de ver a galera dançar e cantar junto com a gente, uma coisa muito importante para o nossos sucesso.


Como vocês se sentem nos shows no meio do público?

Primeiramente, no início do show, dá um pouco de nervosismo, mas depois uma alegria tão grande de poder cada vez mais fazer o que a gente mais sabe que é cantar e deixar a galera curtir, que é o mais importante.


Já receberam alguma crítica? Se sim, qual?

Não , nenhuma.


Qual a sensação de tudo isso?

A sensação é gostosa, um dos momentos mais legais da nossa vida é quanto estamos cantando.


Qual a música com que fizeram mais sucesso?

“Sai pra lá”.

ENTREVISTA

Segredo Leal

O estudante e professor (orientador) Marconi Leal acredita que o segredo de passar no vestibular é uma questão de estrutura familiar.


Por Rayana Cristina


Você acha que passar no vestibular é uma tarefa fácil? Pode até ser para uma ou duas pessoas, mas a maioria certamente responderia que não. Para o paraibano Marcone Leal do Nascimento, isto pode estar relacionado a estrutura familiar. Estudante do 8º período de licenciatura em Química, sempre estudou em escola pública, tendo oito irmãos, sendo ele o nono. Sete passaram no vestibular, que é algo difícil de acontecer. Será que sua família tem um segredo para isto? E ele revelará o segredo da sua família? É o que veremos agora!


Como você e os seus irmãos estudaram para passar no vestibular?

Estudamos aos poucos, sem acumular atividades e quando um dos irmãos tinha dificuldade os outros, inclusive eu, o ajudava, tirando dúvidas e incentivando.


Quantos irmãos você tem? Quantos e quais deles passaram no vestibular, ingressando assim numa universidade?

Oito, comigo nove. Sete passaram no vestibular, sendo eles: Ana Lúcia, que se formou em letras; Luciene, que se formou em Pedagogia; Maria de Fátima e Maria Aparecida, que estão cursando Pedagogia na UEPB; Carlos Antônio, que está no sétimo período de Matemática; eu, Marconi, que estou no oitavo período (concluindo) de licenciatura em Química; e Marlene, que passou na UFCG para o curso de Administração, e Letras na UEPB. Ela optou por cursar administração.


É muito difícil isto acontecer, passar pelo temido vestibular, várias pessoas de uma mesma família, mais precisamente irmãos. Por que você acha que isto aconteceu na sua família?

È uma questão de estrutura familiar, de ser humilde e de se dedicar.


Como é a sua relação com os seus irmãos?

Harmoniosa e tranqüila. Quando éramos crianças havia discussões normais, mas nada grave , hoje é tranqüila.


A que ou a quem você atribui estas vitórias conquistadas por vocês?

A Deus, aos meus pais, aos professores e aos amigos.


O que seus pais acharam sobre o estudo e a aprendizagem de vocês?

Eles incentivavam, principalmente meu pai com ajuda financeira. Depois de trabalhar no campo íamos estudar, nunca impediram isto.


Vocês moravam distantes da escola, como vocês iam à escola? Havia Transporte?

Havia um ônibus escolar, só que muitas vezes íamos a pé, não tínhamos condições de pegar um ônibus e pagar passagem. Várias vezes pegamos carona, principalmente num ano em que cortaram o transporte escolar.


Todas estas vitórias ajudaram na sua relação com os seus irmãos?

Sim. De uma certa maneira ajudou.


De que maneira?

Porque eles passaram, não havendo frustrações sendo uma grande alegria para mim, ajudando muito na convivência e no diálogo, tendo mais assuntos nas conversas.


Qual é o segredo da sua família?

(risos) Acho que a união, a força de vontade, saber o que queremos , a dedicação e a fé em Deus, já que minha família é muito religiosa e todos são católicos praticantes.

sábado, 7 de agosto de 2010

Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz

TEXTO GERADOR:

Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Otavio Roth

Pintinho saindo do ovo
Começar caderno novo
Alegria do meu povo

Espaguete al dente
Um pé de meia quente
Melancia sem semente

Acordar com cafuné
Visita pela chaminé
Estalar dedos do pé

Queijinhos vindos da frança
Menina loira de trança
Dom quixote e sancho pança

Barquinho na enxurrada
Queijo com goiabada
Beijinhos da namorada

Joaninha no nariz
Respingo de chafariz
Fazer um amigo feliz

Estrelinha piscando no céu
Melar o dedo no mel
Abrir clipe de papel

Alguém sempre por perto
Um saco de bombom aberto
Uma rima que deu certo!

PROPOSTA DE REDAÇÃO:

Fazer uma lista de “coisinhas à-toa”, simples, que os deixam felizes. A seguir, a exemplo de Otavio Roth, compor um poema com oito estrofes, cada uma com três versos que rimem entre si.


TEXTOS DOS ALUNOS:


Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Elton Muniz Marinho (1o H/noite)

Meus animes assistir,
vento no rosto sentir
e minhas músicas ouvir.

Em algo acertar,
com quem eu gosto estar
e com sono me deitar.

Velhas coisas rever,
minhas odes escrever
e meus mangas ler.

O céu estrelado olhar,
Ragnarok on-line jogar
e no MSN conversar.

À-toa ficar,
café com leite tomar
e sozinho caminhar.

Meu mercenário “UPAR”,
despercebido passar
enquanto meus dedos estalar.

Até tarde dormir,
televisão assistir
e minhas músicas ouvir.

O trovão escutar
na vida pensar
e com um outro alguém, à noite, sonhar.



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Denize Albuquerque Frazão (1o E/tarde)

Ai como é bom viajar,
com uma corda poder pular
e na praia nadar.

Felicidade é beijar apaixonado,
jogar bola molhado,
assistir a um bom desenho animado.

Hum... cheiro de terra molhada,
assaltar a geladeira de madrugada,
com meus amigos ir na balada.

Ter um amigo sempre do meu lado,
assistir a copa só pra ver Cristiano Ronaldo,
para minha amiga arranjar um bom namorado.

Bom mesmo é conversar com amigos,
ler livros antigos,
rir bastante dos meus inimigos.

Uma bela pipoca comer,
balançar as árvores depois de chover
e a um belo filme no cinema poder ver.

De bicicleta andar,
na internet navegar
e meu gato muito irritar.

Ouvir música da hora,
jogar vídeo-game sem demora,
da escola ir embora.



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Kaline Moreira dos Santos (1o A/manhã)

Estar sempre contente
Não estar doente
Ganhar um presente

No final do ano ser aprovada
Ir a uma festa super animada
Jantar e comer cocada

Ler uma história e imaginar
Dar um abraço em quem desejar
Ouvir um passarinho cantar

Assistir televisão
Ter uma boa alimentação
Dar aquele sorrisão

Ter uma casa pra morar
Um lugar pra passear
De felicidade chorar

Ver as fotos de antigamente
Uma multidão de gente
Quando passa a dor de dente

Ser ajudada quando preciso
Sonhar com um paraíso
No meu amigo ver um sorriso

Dar um grito de felicidade
Andar pela cidade
Entrar para faculdade.



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Elaine Milena Alves Araújo (1o A/manhã)

Cantar debaixo do chuveiro
De um bom perfume sentir cheiro
Achar dinheiro

Assistir televisão
Sentar no chão
Parque de diversão

Conversar com minha amigas
Ver fotos antigas
Cantar velhas cantigas

De algo engraçado lembrar
Falar no celular
Tarde acordar

Tirar foto
Ler horóscopo
Andar de moto

Mexer nas coisas da minha tia
Dormir de dia
Ver alguém que há muito tempo já não via

Em um pé de arvore subir
Músicas ouvir
Cheiro de graviola sentir

Ficar sem fazer nada
Cheiro de terra molhada
Piada engraçada



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Miquéias de Lima Silva (1o A/manhã)

Ver amanhecer o dia
Sentir, suavemente, uma brisa fria
E um beijo, sabor melancia.

Sentir o inverno chegar
Ver novamente um brilho no olhar
Um sorriso entre lágrimas brotar.

Ver o sol aos céus subir
Uma folha, devagar, ao chão cair
Lembrar do passado, parar e sorrir.

Um campo belo a florir
Ver de leve a chuva cair
Pensar na vida e refletir.

Ver o céu mudar de cor
O desabrochar da flor
Ter na vida um amor.

Um perfeito dia de verão
O verde brotando no chão
Ficar a mercê da solidão.

Ver o dia anoitecer
Estrelas no céu a aparecer
Viver a noite como ela deve ser.

Ver o crepúsculo se apagar
Sentir o frio do outono chegar
E a maior felicidade: amar.



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Jakeline Calixto Nascimento (1o A/manhã)

Relaxar assistindo televisão
De preferência com aquele filmão
Comendo um baita de um pipocão

Assistir música de Luan Santana
Visitar minha vó Ana
Tomar vitamina de banana.

Memorizar poesia inocente
Cuidar do corpo e da mente
E viver intensamente.

Ficar ao lado da fogueira
Rever aquela brincadeira
Dançar forró a noite inteira

Sonhar com coisa boa
Ver aquela pessoa
Lembrar e rir à toa.

Enterrar o passado e bola pra frente
Ter ao lado um amor “caliente”
Demonstrar aquilo que sente.

Brincar de sonhar
O futuro imaginar
Dos que amo nunca duvidar

Tomar banho de açude
Cuidar da minha saúde
Reconhecer uma boa atitude.



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Felipe Marques Dias (1o F/tarde)

Ver meu cachorro brincar
Uma música assobiar
Fingir filosofar

Jogar pedra em poço
Sentir mordida no pescoço
Estalar as juntas do osso

Completar um objetivo
Terminar um livro
Agir no momento decisivo

Brincar girando meu chaveiro
Cantar no chuveiro
Ouvir música o dia inteiro

Estourar plástico bolha
Desenhar em uma folha
Acertar em uma escolha

Fingir tocar bateria
Ganhar dinheiro da tia
Escapar de uma fria

Friozinho da manhã
Mordida na maça
Andar de carrinho de rolimã

Amarrar o sapato
Brincar com meu gato
Comprovar um fato



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Mylena Heloísa Sena Rodrigues (1o B/manhã)

Dormir pra poder sonhar
Cantar pros males espantar
Paquerar e depois beijar

Comer chocolate sem parar
Ficar em casa de pernas pro ar
Aprender coisas novas pra me atualizar

Assistir um bom filme e depois relembrar
Ficar com o amado sem brigar
Sair pra passear

Ver o avião passar
O pássaro voar devagar
O sol a brilhar

Ver meu irmão fazer palhaçada
Dar uma gargalhada
Ir pra festa bem arrumada

Ler um livro e com ele viajar
As estrelas de noite a brilhar
O beija-flor a flor beijar

Ficar descalça
Sentar na praça
Comprar uma bela calça

Fazer uma viagem pra qualquer lugar
Ao lado da minha família sempre estar
Com meus amigos sempre festejar.


Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Maciel da Silva Barbosa (1o G/tarde)

Ficar sozinho
Receber carinho
Falar baixinho

Ficar à toa
Fazer com que a vida seja boa
Ver passar a garoa

Um café bem quente
Ficar perto da fogueira ardente
Seu sorriso incandescente

Ficar sem fazer nada
Comer goiabada
Ficar de bem com a namorada

Ficar sem ter hora
Ser feliz agora
Nunca jogar a vida fora

Estar junto da garotada
Cair na gargalhada
Tomar água bem gelada

Dormir até tarde
Matar a sede quando tiver vontade
Passear pela cidade

Ouvir músicas de Legião Urbana
Pular ao som de Chiclete com Banana
Ter um conversa bacana.



Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz
Tamires Moreira do Nascimento (1o E/tarde)

Morder o lápis sem precisão
Ver homens bonitos pela televisão
E dançar o reboletion até o chão

Me esconder debaixo da cama
Ouvir um adeus de quem não me ama
E assistir o comercial da Brahma

Comer queijo com goiabada
Dormir tarde até de madrugada
E raspar a panela de cocada

Ouvir o som legal do Chicabana
Paquerar um gatinho bem bacana
E ir na lan house no final de semana

Recordar fotos antigas
Soprar muitas bexigas
E contar sempre com as amigas

Pintar as unhas de toda cor
Ler um poema que fale de amor
E tomar sorvete de todo sabor

Imitar o sotaque de um carioca
Ver o filme comendo pipoca
E, com certeza, acompanhada de uma coca

Namorar um rapaz bem gatinho
Abraçar um urso bem fofinho
E ser chamada de meu amorzinho

domingo, 7 de setembro de 2008

Nosso objetivo é a divulgação da produção textual dos alunos do ensino médio da Escola Francisca Martiniano da Rocha - Lagoa Seca, visando valorizar e estimular novas produções. São textos resultantes do tirinete, ou seja, do trabalho, da luta com as palavras - que acreditamos não ser vã se nos lança a (re)criação, a liberdade.

O Lutador
Carlos Drummond de Andrade

Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
Algumas, tão fortes
como o javali.
Não me julgo louco.
Se o fosse, teria
poder de encantá-las.
Mas lúcido e frio,
apareço e tento
apanhar algumas
para meu sustento
num dia de vida.
Deixam-se enlaçar,
tontas à carícia
e súbito fogem
e não há ameaça
e nem 3 há sevícia
que as traga de novo
ao centro da praça.
Insisto, solerte.
Busco persuadi-las.
Ser-lhes-ei escravo
de rara humildade.
Guardarei sigilo
de nosso comércio.
Na voz, nenhum travo
de zanga ou desgosto.
Sem me ouvir deslizam,
perpassam levíssimas
e viram-me o rosto.
Lutar com palavras
parece sem fruto.
Não têm carne e sangue…
Entretanto, luto.
Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.
Quisera possuir-te
neste descampado,
sem roteiro de unha
ou marca de dente
nessa pele clara.
Preferes o amor
de uma posse impura
e que venha o gozo
da maior tortura.
Luto corpo a corpo,
luto todo o tempo,
sem maior proveito
que o da caça ao vento.
Não encontro vestes,
não seguro formas,
é fluido inimigo
que me dobra os músculos
e ri-se das normas
da boa peleja.
Iludo-me às vezes,
pressinto que a entrega
se consumará.
Já vejo palavras
em coro submisso,
esta me ofertando
seu velho calor,
aquela sua glória
feita de mistério,
outra seu desdém,
outra seu ciúme,
e um sapiente amor
me ensina a fruir
de cada palavra
a essência captada,
o sutil queixume.
Mas ai! é o instante
de entreabrir os olhos:
entre beijo e boca,
tudo se evapora.
O ciclo do dia
ora se conclui
e o inútil duelo
jamais se resolve.
O teu rosto belo,
ó palavra, esplende
na curva da noite
que toda me envolve.
Tamanha paixão
e nenhum pecúlio.
Cerradas as portas,
a luta prossegue
nas ruas do sono.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008


Agradecemos aos alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Médio (manhã, tarde e noite) que participaram da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, escrevendo um artigo de opinião sobre um tema polêmico de nossa cidade.

PARTICIPE!

Vote em nossa enquete e escolha sua redação preferida.
Sinal vermelho para o descaso

A. P. S. F.


Com tantas outras, a cidade de Lagoa Seca está longe de ter o tão sonhado trânsito organizado. Ainda hoje, a população espera aflita por soluções que ponha um fim neste caos.
A cidade não possui sinalização, transformando as rodovias em ralis, onde motoristas circulam em alta velocidade, como se a pressa de chegar ao seu destino fosse mais importante do que a vida. Além disso, um simples ato como atravessar a rua se torna um verdadeiro transtorno, pois as poucas faixas de pedestres que a cidade possui são ignoradas, nos obrigando a esperar um tempo absurdo para fazer a travessia, pois os motoristas não querem respeitá-la. O que segundo a lei deveria servir como parada obrigatória, parece ser apenas algumas listras brancas pintadas no chão e sem nenhum significado.
Não só eu, como outras pessoas já presenciaram várias situações em que a irresponsabilidade de motoristas, por pouco não tira a vida de pessoas inocentes, pela alta velocidade ou até pela “famosa” bebida alcoólica que muitos se acham no direito de consumir e logo em seguida pegar o volante de um carro. A falta de consciência não para aí, principalmente por parte dos motociclistas, muitos ainda são ilegais e não fazem o uso do capacete, alguns chegam a dar shows, empinando suas motos e utilizando as ruas e os quebra-molas como pistas e rampas para acrobacias, aumentando ainda mais o risco de acidentes.
Segundo o responsável pelo DTT (Departamento de Trânsito e Transporte) de Lagoa Seca, Clayton José Felix de Figueiredo, há vários projetos para amenizar o problema, mas, segundo ele, a municipalização é lenta e o primeiro passo a ser seguido é cuidar da parte administrativa, como, por exemplo, a legalização dos táxis e moto táxis, também organizando projetos educativos, que possam levar informação as pessoas. Ao ser questionado sobre o concurso público, que foi realizado há alguns anos, ele afirmou que os agentes foram contratados, mas que vão passar por um treinamento, tornando-se, dessa maneira, capacitados para realizar o trabalho.
Sinceramente, o que a cidade precisa é de medidas eficientes, e não de promessas que talvez nem cheguem a ser cumpridas. A população está cansada de sair de casa com a incerteza do que vai acontecer ao atravessar a rua, por isso que a participação de guardas de trânsito é tão importante, para que haja uma fiscalização que, acima de tudo, informa aos motoristas sem a necessidade de distribuir uma montanha de multas.
Se eles parassem de pôr a culpa no tão conhecido débito da prefeitura, muitos dos problemas já teriam sido resolvidos, e não é uma lombada ou algumas placas de trânsito que vão calar a população que clama por resultados. Os motoristas da cidade de Lagoa Seca precisam acordar e deixar de lado essa pose de donos da rua e da verdade.
As leis de trânsito foram criadas para serem cumpridas, que queiram, quer não, porque é isso que se espera e dizer que mudar tudo de uma hora para outra assustaria as pessoas, é mais uma desculpa esfarrapada para que a impunidade prevaleça.
Algo tem que mudar, ou melhor, praticamente tudo tem que ser feito diferente. Se as infrações de trânsito continuarem assim, várias vítimas apareceram e como sempre tudo vai ficar impune.
Triste realidade virtual

C. I. R.S.

Há uma série de invenções que conquistam espaço devido a sua utilidade. Tanto é que já se fala em uma idéia, um pouco apocalíptica, de que “a máquina dominará o homem”.
Verdade ou não, o que se sabe é que recursos tecnológicos são tão úteis que muitas vezes fica difícil imaginar a vida sem internet, por exemplo. Não é impossível viver sem a informática, mas já que ela é tão útil seria bom que todos nós tivéssemos o direito a mesma.
A escola Estadual Francisca Martiniano da Rocha possui 2.100 alunos matriculados dos quais 52,3% estão no Ensino Médio, época de escolhas e preparação para o ingresso nos ensinos técnico e superior ou mesmo no mercado de trabalho, o que a meu ver torna a inclusão digital indispensável, mas isso não acontece!
Acho que a minha escola é só mais um dos vários exemplos de inércia por parte dos que poderiam fazer algo para melhorar a educação, pois nela, há, desde 10/10/2007, dez computadores que nunca foram instalados. Enquanto isso, os alunos continuam alienados da realidade virtual.
Abusos precoces, providências tardias.

H. C. S. A.

Lagoa Seca é uma pequena cidade do brejo paraibano que se destaca em diversos aspectos: agricultura, artesanato, religiosidade, da qual é testemunha o belo convento Ipuarana, além de ter uma bela zona rural, possuidora de belas serras em cujas matas - em estágio clímax – asilam-se remanescentes de uma fauna igualmente interessante.
Ultimamente, nossa cidade chamou a atenção de todo o estado, e, no entanto, o motivo desse alarde não orgulha seus habitantes: a Polícia Civil localizou nela uma casa de prostituição (a 12ª no estado em nove meses) onde menores faziam programas, pelos quais cobravam de R$ 10,00 a R$ 20,00. Além disso, o conselho tutelar registrou vários abusos sexuais sofridos por jovens em suas próprias casas.
Concordo que tais ocorrências devam sim ser levadas à justiça, mas a abordagem de caráter corretivo não basta. Já que a prisão do infrator não remedia uma infância roubada, o melhor é prevenir. Acredito que tal “profilaxia” deveria começar no lar, e que a gestão municipal, deveria investir mais na qualidade de vida dos mais pobres. A cidade deixa muito a desejar no que diz respeito à recreação, para a qual só se tem uma quadra pública, e, a meu ver, a falta de opções de lazer é um dos fatores que levam as pessoas (inclusive jovens) a freqüentar os numerosos bares da cidade.
A educação, por sua vez, deve ser prioridade. Sob a minha ótica, não apenas devem-se educar os jovens, como também seus responsáveis. Além de manter a criança estudando, deve-se também fortalecer os vínculos entre a escola e os pais.
A denúncia, que permitiu a ação da polícia contra o bar, partiu da mãe de uma das menores envolvida, o que mostra o importante papel dos pais na prevenção e detecção desses casos.
Com pais instruídos, sabendo como lidar com a situação, não apenas os jovens estariam menos vulneráveis como também a denúncia estaria mais presente, substituindo o silêncio tão presente nesses casos.
Através da educação, a criança poderá crescer acreditando na sociedade em que vive e a sociedade poderá acreditar no futuro das crianças que nela crescem confiantes de que o que ocorre noite adentro, não continuará vida afora.
Lagoa Seca: o nome diz tudo!


Jó de Brito Ramalho


A disponibilidade de água tratada no nosso município ainda está muito longe do ideal. Na zona rural, o abastecimento é feito através dos carros pipas que, por sua vez, são insuficientes para atender toda a demanda. Além disso, grande parte da população não possui meios adequados para o armazenamento da água, o que os obriga a conviver com um constante racionamento.
Na zona urbana, a situação é a mesma. De acordo com o Departamento de Tributos de Lagoa Seca, aproximadamente 5.250 residências compõem nossa cidade. Desse total, apenas 2.128 têm acesso a água encanada, segundo informação da unidade da CAGEPA (Companhia de Água e Esgotos da Paraíba) no município. Esse número pode diminuir ainda mais se for levado em conta que, dessas residências, 310 tiveram seu fornecimento de água cortado recentemente, além disso, o açude Epitácio Pessoa ou açude de Boqueirão, como é conhecido, apesar de ser um dos maiores da Paraíba, abastece outras sete cidades e alguns distritos além de Lagoa Seca e não oferece garantia se, por exemplo, o estado vier a enfrentar uma seca prolongada, como é de costume.
Diante de tal situação, faz-se necessária a imediata intervenção do governo para buscar parcerias e criar projetos eficazes de distribuição de água para amenizar esse problema e garantir ao povo o acesso ao bem tão precioso.
Saneamento básico: Uma questão discutível

J.M.P.

A falta de saneamento básico é assunto que causa muitas polêmicas entre os moradores de Lagoa Seca, principalmente quando se trata de esgoto a céu aberto. Este é um problema que causa muitos danos à saúde da população e desvalorização dos imóveis do local.
Segundo moradores próximos a um enorme “bueiro”, o problema se agrava ainda mais nos dias chuvosos, isto porque as águas das chuvas aumentam o volume das águas poluídas existentes no local fazendo com que ratos e insetos transbordem. Este problema afeta a saúde da população, ocasionado pelo mau cheiro e insetos que ali se desenvolvem. Há também diminuição de consumidores nos estabelecimentos comerciais, isto porque as pessoas preferem comprar seus produtos em locais mais “limpos”.
Este problema pode ser solucionado com a construção de redes de esgoto. Esse trabalho já foi iniciado pela Prefeitura Municipal, mas queremos que seja concluído o mais rápido possível, pois enquanto esperamos por esse beneficio somos prejudicados pela “ação” dos esgotos.
Mais uma vez quem sai prejudicado é o povo

E. N. N. C.

De acordo com a lei 819/2001, os matadores clandestinos são proibidos no Brasil. O abate clandestino é responsável por cerca de 50% do mercado nacional, o mercado informal é assim definido por comercializar um produto lícito, porém com desobediência a alguma regra formal.
Como várias cidades e povoados, Lagoa Seca não tem o seu próprio matadouro público. Por questões sanitárias e ambientais, o antigo matadouro do município foi fechado pela prefeitura, o local não estava apropriado para abater os animais, pois se situava em cima da área urbana e a lei exige que os abatedouros estejam localizados a mais de mil metros de distância das áreas povoadas, o fechamento do matadouro da cidade foi uma atitude tomada pelo poder administrativo do município.
A questão do abate clandestino de carne bovina é muito polêmica. Em face da clandestinidade, podemos observar que os animais abatidos não sofrem qualquer tipo de fiscalização, seja ela pela vigilância sanitária ou pela secretária de agricultura, desta forma, não sabemos se a carne que consumimos é de boa qualidade ou não.
Ao procurar o coordenador da vigilância sanitária para entrevistá-lo não o encontramos, o fiscal que estava ali presente não pôde se pronunciar, alegando que não tinha autorização para responder ou assinar nenhum documento com receio de que o assunto pudesse repercutir e acabar prejudicando a própria administração pública. Mesmo assim, ele nos esclareceu algumas dúvidas que tínhamos a respeito do assunto.
Enfim, nós não podemos ficar parados fingindo que a clandestinidade de carne bovina não existe em nosso município, pois sabemos que as carnes que abastecem os estabelecimentos locais vêm dos próprios matadouros irregulares de Lagoa Seca. A população deve se conscientizar deste problema que se agrava a cada dia, sugerindo uma parceria junto à secretária de agricultura, secretária de saúde, vigilância sanitária e os demais órgãos que queiram participar, pedindo que eles divulguem um pouco mais, já que a escassez de informações é tão grande.
Trânsito: Um sinal de alerta

R. A. S.

O trânsito da cidade de Lagoa Seca está longe de ser considerado um exemplo de organização e responsabilidade. Os vários problemas a espera de solução fazem com que não só os motoristas corram riscos, mas que todos fiquem a mercê desse caos.
A falta de uma sinalização adequada faz com que as rodovias se tornem o caminho para a morte, e muitos motoristas se aproveitam desta circunstância e circulam em alta velocidade, sem ao menos respeitar as poucas faixas de pedestres que a cidade possui, colocando, assim, em risco a vida de pessoas que precisam passar por ali.
Várias vezes, comprovei a irresponsabilidade de motoristas que por um triz não tiram a vida de pessoas que necessitam fazer a travessia, fato que nos obriga a ficar minutos a espera de uma brecha livre para ultrapassar, pois a faixa de pedestres parece não ser notada, ou será que é ao contrário e os motoristas não querem respeitar? A resposta é clara: o que deveria servir como sinal para parada obrigatória, parece apenas enfeitar a pista.
O descaso vai muito, além disso, principalmente no que diz respeito aos motociclistas que se acham no direito de circular ilegais por aí. Muitos trafegam sem capacete e até mesmo sem habilitação e em altíssima velocidade, com isso provocam muitas vezes acidentes.
Uma das várias promessas para a solução do problema é uma fiscalização que controle tudo, mas tal promessa é esperada até hoje com ansiedade pela população que não agüenta mais sair à rua com a incerteza se vai conseguir sobreviver ao atravessar a rua ou virar a próxima esquina. Por esses e outros motivos é que seria importante a participação de guardas de trânsito capazes de informar as pessoas e amenizar um pouco o caos que é o trânsito.
É inútil pensar que dá para viver com tanto descaso e não se fazer nada. Assim como tantos outros, o trânsito da cidade de Lagoa Seca precisa ser levado a sério, pois acima de tudo estamos lidando com a vida de pessoas inocentes e não com motoristas irresponsáveis que fazem o que querem e ficam impunes.
Corrupção

M. P. S.

O município de Lagoa Seca, situado no interior da Paraíba, próximo à cidade de Campina Grande, consta hoje com pouco mais de 25 mil habitantes, segundo dados estatísticos, sendo sua maior parte na zona rural.
Lagoa Seca é um município marcado por uma prática política na qual o dinheiro público é abertamente utilizado para fins privados. Os recursos públicos nos últimos anos têm sido abertamente desviados do atendimento às demandas do desenvolvimento local para fins lucrativos do prefeito, seus familiares e também a sua administração.
O balanço geral do município de 1999 constatou que o remanejamento de recursos privilegiou o gabinete do prefeito e a secretária de administração, ou seja, o dinheiro que deveria ter ido encaminhado para a secretária de Saúde, Ação Social e Agricultura foi desviado para o prefeito e seus administradores.
Dessa forma, a população é quem sai no prejuízo, com situações muitas vezes precárias no hospital e nos postos de saúde da cidade como falta de medicação e assistência médica, a população não tem outra opção a não ser se dirigir a Campina Grande que é a cidade mais próxima e com melhores recursos.
Esse desvio de dinheiro público não prejudica só a área de saúde, mas também várias outras áreas como, por exemplo, a área da educação. Nos colégios públicos de Lagoa Seca muitas vezes falta merenda escolar para os alunos, entre outras coisas como carteiras, papel, etc.
Para se ter uma idéia da desordem política que está na cidade, próximo dia 5 de outubro de 2008 haverá novas eleições para prefeito e vereadores e temos, como exemplo, candidatos que mesmo estando em dívida com a justiça, concorrerão aos cargos de prefeito e vereadores da cidade, dívidas tais, feitas por desvio de dinheiro.
Com essa corrupção do dinheiro público não dá! Tem que ser fiscalizado rigorosamente e as pessoas que fazem esses desvios e passam por cima de leis devem ser punidas, e com a colaboração da população fica mais fácil fiscalizar e cobrar do prefeito e da administração os direitos da própria população.
Segurança ou insegurança pública?

V. S. O.

Insuficiente e de baixa qualidade. Esses são os adjetivos que realmente exprimem a situação do contingente policial de Lagoa Seca.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) referentes ao ano de 2007, a população de Lagoa Seca é de 24.937 pessoas, porém, apenas dois policiais “atuam” na cidade. Há décadas atrás, o número de pessoas que residiam em Lagoa Seca era muito menor, menos da metade, e a quantidade de policiais era a mesma: dois. Isso significa que a população cresceu, conseqüentemente a cidade cresceu, o número de assaltos e assassinatos aumentou, mas a quantidade de policiais continuou a mesma.
Além do problema da insuficiência do contingente policial, há também o problema do transporte policial, havendo apenas uma viatura, a qual, muitas vezes, não está disponível devido a problemas mecânicos. Ainda há o problema da falta de ronda na cidade que aumenta os riscos da população sofrerem assaltos, de ocorrerem brigas, enfim, aumentam-se as infrações das leis.
Se na zona urbana é difícil ver um policial na rua, na zona rural essa presença é quase extinta. Segundo moradores da zona rural, residentes do Sítio Lagoa do Barro, quando ocorre um assalto e chamam a polícia, eles demoram horas e horas para chegarem ao local, isso se comparecerem! O que facilita a fuga dos criminosos.
A situação da quantidade e das condições de trabalho dos policiais está realmente precária, um verdadeiro absurdo! Cabem as autoridades governamentais da cidade voltar-se mais para a segurança pública. Investindo-se mais nesse setor, a população de Lagoa Seca poderá viver melhor.
CARNE versus SAÚDE

K. S. L.

Um grave problema enfrentado pelos habitantes de Lagoa Seca são as precárias condições das carnes aqui consumidas. Nossa cidade não tem um matadouro legalizado. O abatimento dos animais é feito em matadouros clandestinos com precárias condições de higiene, os animais são mortos de forma brutal, não seguindo os procedimentos corretos de abatimento, comprometendo a qualidade da carne bem como a saúde de todos que a consomem.
O pior dessa situação é que todas essas irregularidades são cometidas ao alcance de nossos olhares e nada é feito para impedir. A carne é abatida, comercializada e consumida naturalmente, apesar de imprópria para o consumo.
É necessário que haja uma maior fiscalização dessas carnes, mas, primeiramente, é necessário que as autoridades responsáveis se dêem conta das graves conseqüências para a saúde de nossa população decorrentes desse problema e tomem atitudes para solucioná-lo.
Insuficiência e ineficiência de policiamento em Lagoa Seca

H. L. R.

No Brasil há pouco contingente policial capaz de garantir a segurança da população e em Lagoa Seca não é diferente.
A quantidade de policiais é insuficiente para a demanda da cidade, tendo em vista que historicamente o número de policiais tem sido o mesmo enquanto a população tem aumentado rápida e gradativamente.
Além da insuficiência, outro aspecto relevante é a ineficiência dos designados para exercer suas funções na cidade. Constata-se esse fato quando os policiais dão mais atenção aos casos de pessoas que apresentam melhores condições financeiras. Também o fato de o delegado ter que atender outras cidades contribui para essa ineficiência.
A conseqüência disso é que a população fica exposta ao crime. Um exemplo disso são os arrombamentos de residências e pontos comerciais que dão prejuízo aos proprietários deixam os responsáveis impunes devido ao fato de permanecem ocultos, pois a polícia não tem preparo suficiente para descobrir a identidade do criminoso.
Outro exemplo são os assassinatos em público que não só aterrorizam a população como também arriscam a vida de quem está por perto.
Diante desses fatos, nota-se que a cidade necessita de um policiamento bem preparado e em número suficiente para satisfazer as necessidades da população.
Trânsito: irresponsabilidade ao volante

M. S. F.

Fruto da impunidade, imprudência, irresponsabilidade e do consumo excessivo de bebida alcoólica, o trânsito da cidade de Lagoa Seca está longe de ser considerado um exemplo de organização. As leis de trânsito foram criadas para organizar e melhorar a circulação dos veículos pelas ruas e estradas, porém, as ruas da cidade não possuem sinalização adequada, nem uma fiscalização que controle tudo ou, pelo menos, amenize este caos.
A cada dia a irresponsabilidade dos motoristas aumenta tão rapidamente quanto o número de carros e motos, aumentando também o número de pessoas vítimas de acidentes. Como se todo esse caos não bastasse, os congestionamentos também afligem o trânsito de Lagoa Seca, o que deveria ser um ato tranqüilo, atravessar na faixa, é, na verdade, um martírio, nos obrigando a ficar minutos a espera de um tempo livre para atravessar.
Um fato que marcou nossa cidade foi o caso trágico de pai e filha que morreram em um acidente automobilístico. Segundo alguns moradores da localidade que presenciaram o caso, o condutor do veículo estava em alta velocidade e alcoolizado e, ao tentar fazer uma ultrapassagem, se chocou com a moto que conduzia as vítimas. De fato, este caso revoltou toda a cidade e, como já era de se esperar, o álcool foi o protagonista desta história.
A praça, em frente à Igreja Matriz, é alvo certo para a imprudência dos motociclistas. Alunos do colégio Estadual da cidade são testemunhas disso. Muitas vezes, até mesmo sem capacete, motociclistas arriscam a própria vida e a de pessoas que trafegam pelo local em manobras perigosas e nas famosas empinadas com as motos, tudo isso fruto da impunidade.
Segundo Clayton José Félix de Figueiredo, responsável pelo DTT (Departamento de Trânsito e Transporte) da cidade, o concurso para a contratação de agentes de trânsito foi realizado, mas, de acordo com ele, não dá para colocá-los para trabalhar sem antes capacitá-los, por isso que os agentes terão que, primeiramente, passar por um treinamento.
Ele também relata que há vários projetos para amenizar o problema, mas o processo de municipalização é lento, pois, segundo o mesmo, a população não aceitaria logo de cara uma mudança tão drástica.
Sempre que são perguntados sobre algo que deveria ser feito e que na verdade não passa do papel, eles dizem que o projeto é enviado para Brasília, mas, quando é aprovado, não pode ser realizado por causa do débito da prefeitura.
Mas se realmente eles quisessem amenizar esse caos, fariam algo para que isso acontecesse sem precisa justificar-se com desculpas esfarrapadas.
O trânsito na cidade de Lagoa Seca

D. T. A.

A cidade de Lagoa Seca tem um trânsito que é um verdadeiro caos, ninguém respeita a sinalização e os pedestres também não são respeitados.
A prefeitura tentou implantar medidas e leis para que fossem respeitadas, até que houve reasfaltamento e a criação de faixa de pedestres, mas nenhuma dessas faixas é respeitada principalmente por motociclistas que passam a toda velocidade. Há até relatos de pessoas que foram atravessar na faixa pensando que iam ter algum respeito, mas que quase foram atropeladas só de simplesmente colocar o pé nela.
Uma medida foi a criação de um DETRAN para Lagoa Seca, ela saiu do papel, mas parece que só serve para ocupar espaço, porque até agora não funcionou. Há muitas irregularidades no trânsito de Lagoa Seca, pessoas trafegam em carros e motos de forma totalmente ilegal, uns andam sem capacete, outros sem o cinto de segurança e outros utilizam o veículo de transporte só para fazer malabarismo, e a polícia local não toma nenhuma atitude em relação a esse problema, só ficam observando o “espetáculo”.
Ainda falta muito para que o trânsito de Lagoa Seca seja um aspecto positivo para a cidade, e não um aspecto negativo como está se tornando. Devemos tomar a iniciativa de respeitar e incentivar pessoas a respeitarem as leis de trânsito para que esse problema suma de vez.
Descaso público

T. S. L.

Um risco para a saúde da população e uma prova da indiferença dos nossos governantes é o caso dos catadores de lixo em Lagoa Seca.
Situado no sítio Gravatá, o lixão a céu aberto serve de fonte de renda para várias famílias que todos os dias vão ao local com o objetivo de juntar a maior quantidade possível de papelão, garrafas e material reciclável, além de reaproveitar o que já não serve à população urbana e que de algum modo foi parar no lixo.
Sem nenhuma preocupação com a poluição causada e a saúde da população que mora vizinha ao depósito, os caminhões descarregam diariamente os dejetos de toda a cidade, incluindo o lixo hospitalar que deveria ser cremado.
Promessas de transferir-se o lixo para outra região ou de construir-se um aterro sanitário no local surgem a cada véspera de eleição. O que parece ser alívio para uns, torna-se transtorno e revolta para outros: os catadores mostram-se indignados quanto a essas propostas, alegando que toda sua renda é adquirida através do lixão, além de objetos para suas casas.
Os moradores das regiões vizinhas, em sua maioria agricultores, reclamam do mau cheiro e da invasão de roedores e insetos nas suas casas. Além disso, o lixo nessa região prejudica o comércio já que ninguém quer comprar legumes e verduras plantadas ao lado da região poluída, afirmam os moradores.
A solução para tamanhos problemas seria uma usina de reciclagem, já que a maior parte do lixo pode ser reaproveitada. Um processo de coleta seletiva geraria emprego e acabaria com a frustração dos moradores vizinhos.
O que não pode continuar é essa situação lamentável que persiste até hoje: pessoas entre o lixo como se fossem animais, sem nenhuma perspectiva de vida melhor, quando perante a lei todas as pessoas têm direito a gozar de saúde, educação é lazer.
Na saúde era para ter problema?

A. A. C.

Vivemos numa cidade que não é diferente das outras, tem suas qualidades e seus defeitos. Qualidade naquilo que se refere à estrutura geográfica. Lagoa Seca, pode-se dizer, é uma cidade privilegiada em relação às outras cidades, visto que é a mais próxima de Campina Grande – que é uma referência nacional. Por outro lado, se tratando da saúde de Lagoa Seca, já se desenvolveu um trabalho bem amplo, porém se faz necessário melhorar a qualidade dos profissionais que trabalham nos setores de atendimentos. Esses profissionais precisam ter mais “empatia” pelas pessoas, até mesmo os próprios médicos, uma vez que um bom atendimento fortalece o paciente psicologicamente, possibilitando ao mesmo enfrentar a situação com mais alegria, coragem e determinação.
Lagoa Seca, hoje, tem um hospital e diversos postos do PSF (Programa Saúde da família), mas nenhum tem o padrão de atendimento que deveria ter mediante os direitos que nos assistem. Isso mostra como há um descaso dos poderes executivo e legislativo no desenvolvimento de uma política que se preocupe com a saúde pública da sociedade. Muitas vezes os recepcionistas que são colocados neste setores de trabalho não são devido ao bom profissionalismo que exercem, mas por um capricho social imposto por aquelas pessoas que administram a cidade.
Cabe a comunidade em geral saber quais são os seus direitos para poder usufruir dos programas de assistência às famílias.
Diante de uma sociedade informatizada, as pessoas devem buscar os meios de comunicação não para se divertir apenas, mas para entender porque está sendo desenvolvido determinado projeto em prol da saúde, por exemplo. Com a chegada do celular e da internet (o orkut em particular), as crianças, os adolescentes e outros jovens estão “perdendo o seu tempo” com assuntos de pura fantasia que não trazem benefício algum em prol deles mesmo. Tempo esse que poderia está sendo aproveitado na busca continua de informações que possam trazer melhoria na qualidade de vida da sociedade e em especial a de Lagoa Seca.
Violência elevada

A. R. S. M.

As estatísticas de violência no Brasil vêm aumentando de uma forma assustadora, e nossa cidade, infelizmente, não está de fora desta horrível situação. Os moradores vivem em constante situação de medo, e são frequentemente chocados com absurdas cenas de violência.
Recentemente, dois fatos, em especial, chamaram a atenção da população lagoassequense. Numa mesma noite a escola estadual Francisca Martiniano foi palco de terríveis momentos contra dois estudantes da referida escola. Ao iniciar a noite, no horário de entrada dos alunos, a escola foi invadida por pessoas de uma mesma família para espancarem uma estudante, que foi covardemente rodeada por homens, armados, desta família, enquanto as mulheres brutalmente a espancavam. A direção da escola, na tentativa de resolver a situação foi ameaçada; a polícia foi acionada e chegou somente após o acontecido. Nesta mesma noite, outro estudante, após o término de suas aulas, ao se dirigir à sua casa foi surpreendido por uma gangue que o esperava no portão da escola, e o adolescente foi também igualmente espancado.
Para evitar estes acontecimentos, é necessária, em primeiro lugar, uma conscientização da população que precisa enxergar que a violência não é solução para nenhum problema. Só que, como não podemos ficar aguardando esta conscientização de braços cruzados, devemos cobrar o aumento do policiamento na cidade, inclusive nas proximidades da escola.
Saúde Pública: versão oficial versus realidade

T. A. N.

Segundo Mirian, assessora administrativa da secretária da saúde da cidade de Lagoa Seca, a questão de saúde pública está perfeita, o hospital é bem equipado e estruturado e há profissionais competentes para prestar atendimento de alto nível. Mas a realidade não é bem essa.
Pacientes relatam que por muitas vezes não receberam um atendimento adequado e digno de um ser humano.
Os atendimentos, de um modo geral, são um absurdo. Por várias ocasiões, voltamos para casa decepcionados por não sermos atendidos, por causa da ausência e, até mesmo, da irresponsabilidade dos profissionais.
De acordo com Mirian, o hospital está preparado para médias e pequenas cirurgias, mas quem se arriscará a passar por uma cirurgia em um hospital que nem ao menos possui uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva)? O hospital também não se responsabiliza pela aplicação de bezetacil, o que obriga o aluno Arthur, do turno da manhã, a se deslocar para Campina Grande para fazer esse procedimento.
Esta é a realidade da saúde pública da cidade. Segundo a versão de responsáveis, esse setor vai muito bem, mas a verdade está na cara.
“O perigo mora ao lado”

L. N. B.

Ao observamos Lagoa Seca, nos deparamos com diversos problemas, tanto na zona rural, quanto na zona urbana.
Na cidade vimos que ainda existem ruas esburacadas e sem calçamentos, nos sítios estradas em condições precárias, dificultando muito o acesso à cidade, causando danos financeiros aqueles que possuem algum tipo de meio de transporte, além de problemas de saúde a todos que diariamente precisam fazer o trajeto sítio/cidade, pois os solavancos são tantos e tão fortes que acabam qualquer coluna! E isso não é exagero, é a mais pura verdade.
Mas estradas e ruas acabadas são problemas simples comparados à violência e a falta de segurança existente em nosso município. Sabemos que esse tipo de coisa é comum em todo mundo, principalmente nas grandes cidades, porém nós vivemos em uma cidadezinha do interior, que há alguns anos era considerada tranqüila. As pessoas podiam deixar suas portas abertas, suas crianças brincarem livremente, saiam às ruas a qualquer hora, sem medo de serem roubadas ou agredidas.
Hoje, infelizmente, o que vemos são moradores assustados, colocando grades, cercas e altos muros em suas casas, na tentativa de se protegerem, pois os assaltos são freqüentes e a segurança é mínima, existe pouco policiamento e os culpados dificilmente são punidos.
A Praça Severino Cabral, por exemplo, que antes era um ponto de encontro de casais, amigos ou crianças, atualmente é um lugar perigoso, em plena luz do dia nos deparamos com indivíduos drogando-se e atacando as pessoas de bem. A situação é tão grave que até em irmos à missa estamos em perigo, pois na saída corremos o risco de sermos atacados por marginais.
No final das contas, os bandidos estão livres e nós, estudantes, trabalhadores, enfim cidadãos de bem que pagam seus impostos, estão presos dentro das próprias casas, e o pior é que nem lá estamos seguros.
Fala-se muito em globalização, pois é, caros amigos, a violência e a impunidade também se globalizaram e até em Lagoa Seca, um lugarzinho perdido no meio do mundo, o “perigo mora ao lado”.
Violência contra crianças e adolescentes em Lagoa Seca
L. O. L.

Nossa cidade está enfrentando diversos tipos de problemas. No trânsito, em saneamento básico, distribuição da água, poluição, hortaliças sendo irrigadas com águas de esgoto, carnes impróprias para o consumo e violência.
A violência é considerada pelo Conselho Tutelar como um problema de saúde pública. A violência se divide em vários aspectos, tais como: violência impessoal que é feita por força física, por abuso de poder, por ameaças e negligências; abuso sexual contra maiores e menores de idade; e violências psicológicas.
No município de Lagoa Seca, o responsável pelo zelamento dos direitos das crianças e dos adolescentes é o Conselho Tutelar criado pela lei 8069-90 do Estatuto da Criança e Adolescente. O Conselho Tutelar é um órgão público que acompanha e que encaminha casos de violência à polícia e ao ministério público. Segundo o Conselho Tutelar, crimes contra crianças e adolescentes vêm aumentando em nosso município a cada dia. Entre os crimes de violência destacam-se dois: a exploração do trabalho infantil e a exploração sexual infanto-juvenil. Alguns dados não atualizados comprovam que ocorreram onze casos de abuso e exploração de crianças e adolescentes, dois casos de trabalho infantil. Os de exploração sexual, dois casos foram comprovados e os outros estão sendo apurados e os de trabalhos também foram comprovado. Estes são problemas com conseqüências profundas, presentes, futuras, individuais, coletivas, políticas e sociais. Mas quem é o culpado por crianças e adolescentes acreditarem no mundo do trabalho e da prostituição? Quem é o culpado por comprometer a saúde, a educação e o desenvolvimento como ser humano? Quem é o culpado por elas preferirem trabalho, prostituição em vez de estarem estudando e brincando? Os culpados seriam as próprias vítimas, seriam seus familiares, por aproveitarem da situação, sanguessugas de seus próprios filhos, seriam as figuras do poder público os maiores culpados?
Quem seria o culpado? As vítimas, a família ou o poder público local? É muito complicado julgar quem é culpado e por sua vez dizer quem é inocente. A lei não cita nominalmente qualquer culpado, prefere citar os responsáveis. E eles são: a família, o estado e a sociedade. A família tem que proteger os filhos, o estado por sua vez deve orientar as famílias, se houver falha neste, a sociedade tem que cobrar providências.
Penso que a resolução para todos os casos de violência, principalmente contra crianças e adolescentes, é a informação, a capacitação de pessoas para conscientizar a sociedades dos danos a criança e o adolescente. A educação é a oportunidade tanto para a crianças, adolescentes e para seus pais, para que não venha ocorrer casos desse tipo no futuro.