Abusos precoces, providências tardias.
H. C. S. A.
Lagoa Seca é uma pequena cidade do brejo paraibano que se destaca em diversos aspectos: agricultura, artesanato, religiosidade, da qual é testemunha o belo convento Ipuarana, além de ter uma bela zona rural, possuidora de belas serras em cujas matas - em estágio clímax – asilam-se remanescentes de uma fauna igualmente interessante.
Ultimamente, nossa cidade chamou a atenção de todo o estado, e, no entanto, o motivo desse alarde não orgulha seus habitantes: a Polícia Civil localizou nela uma casa de prostituição (a 12ª no estado em nove meses) onde menores faziam programas, pelos quais cobravam de R$ 10,00 a R$ 20,00. Além disso, o conselho tutelar registrou vários abusos sexuais sofridos por jovens em suas próprias casas.
Concordo que tais ocorrências devam sim ser levadas à justiça, mas a abordagem de caráter corretivo não basta. Já que a prisão do infrator não remedia uma infância roubada, o melhor é prevenir. Acredito que tal “profilaxia” deveria começar no lar, e que a gestão municipal, deveria investir mais na qualidade de vida dos mais pobres. A cidade deixa muito a desejar no que diz respeito à recreação, para a qual só se tem uma quadra pública, e, a meu ver, a falta de opções de lazer é um dos fatores que levam as pessoas (inclusive jovens) a freqüentar os numerosos bares da cidade.
A educação, por sua vez, deve ser prioridade. Sob a minha ótica, não apenas devem-se educar os jovens, como também seus responsáveis. Além de manter a criança estudando, deve-se também fortalecer os vínculos entre a escola e os pais.
A denúncia, que permitiu a ação da polícia contra o bar, partiu da mãe de uma das menores envolvida, o que mostra o importante papel dos pais na prevenção e detecção desses casos.
Com pais instruídos, sabendo como lidar com a situação, não apenas os jovens estariam menos vulneráveis como também a denúncia estaria mais presente, substituindo o silêncio tão presente nesses casos.
Através da educação, a criança poderá crescer acreditando na sociedade em que vive e a sociedade poderá acreditar no futuro das crianças que nela crescem confiantes de que o que ocorre noite adentro, não continuará vida afora.
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