segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ENTREVISTA

“Drogas: minha vida , meu tudo...”

L.F., 24 anos, afirma que não consegue viver mais sem as drogas.



Por Andréa Vanessa Barros de Melo


Em um lugar não tão longe da minha casa, há um rapaz chamado L.F, ele é um dependente químico há mais ou menos uns 11 anos e ele conta um pouco da sua história de vida após o uso das drogas.


Como foi que você conheceu as drogas?

Quando tinha 13 anos, eu e minha mãe fomos morar no Rio de Janeiro, e foi lá que eu conheci as drogas, morávamos em uma favela. “Meu”, lá eu via muita gente usando maconha, crack , cocaína , etc.


Quem foi que te ofereceu as drogas?

Foi um conhecido meu lá do Rio de Janeiro, eu estava vindo da escola quando ele me chamou e me ofereceu a maconha, mas eu não aceitei.


E por que você não aceitou?

Porque eu não sabia se eu realmente queria isso pra mim, mas isso foi da primeira vez.


Por que você diz “primeira vez”?

(risos) Porque na segunda vez eu aceitei, utilizo as drogas até hoje.


Você já ficou um tempo sem usar drogas?

Nada! Meu vício não tem controle, o máximo que eu fico sem usar drogas é um dia ou dois. Talvez se eu passar uma semana enlouqueça, mas eu sei que meu organismo não reage bem a tanta química.


Onde você consegue a droga?

(risos) Por aí, a gente dá um jeito, o problema não é esse, se fosse não conseguíamos.


Qual a sensação que causa?

Me dá uma vontade de rir, correr , pular, dançar. Eu fico muito louco , apesar de depois vir aquela dor de cabeça!!!


Você usa mais de um tipo de droga?

Sim, e não escondo isso pra ninguém , eu até dei nome pra elas: maconha (minha parceira) , cocaína (vontade de viver) e crack (meu xodó). Ah! Sem falar no álcool.


Sua família sabe de tudo isso?

Sim, minha mãe sabia quando faleceu, meu pai eu não sei nada sobre ele. Não tenho irmãos, hoje eu sou só, moro sozinho, sou livre!


Afinal, para você o que é droga?

Na minha vida tudo, no entanto não é porque ela é isso pra mim que eu vou recomendar. Tenho 24 anos, sou um viciado, sei que a droga faz parte de mim, mas não recomendo. Ela estraga a vida de qualquer um, que pena! Mas pra mim isto já é tarde demais.


Observação:

O entrevistado não quis se identificar, portanto abreviei o nome dele colocando apenas as iniciais de seu nome, batizando-o de L.F. Para mim ele afirmou que é uma questão de privacidade.

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